Nos encontros e desencontros dessa vida, me perdi e me encontrei em você. Olhei pra você de cima do pedestal e me senti absurdamente correto em dizer-te que era menos do que eu. Se assim fosse, você não voltaria. Mas faz parte do show, faz parte do enredo da escola de samba que nunca desfilou no sambódromo: o esquecimento. Que nunca existiu. E por mais que eu tentasse, e por mais que eu tivesse certeza que tinha conseguido, no palco da vida - essa peça de teatro que só acaba com a morte, não com finais felizes - eu descobri que a atriz principal era você. O coadjuvante era eu. E aquele pedestal com a qual eu pude me dizer superior, na realidade era você. Olhar o horizonte sem fim não traz nosso próprio encontro, porque não nos vemos, não vemos e nem veremos o que queremos ver. E só então eu pude perceber que o horizonte sem fim que me encantava não se comparava ao encanto que eu sentia por aquelas mãos que me seguravam. Aí já era tarde. Você já não estava mais. Em seu lugar, uma escada. Em meu lugar, a metade de um coração. Me desencontrei. E você se desencontrou de mim,
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