sábado, 22 de agosto de 2015

Foi sem querer

 

Se tem uma coisa que eu acredito nessa vida é que história mal resolvida é história sem fim. Resta saber se uma história pode ser mal resolvida para apenas um dos lados, tal qual aquela nossa primeira vez – inesquecível pra mim, mas completamente descartável no dia seguinte quando aparentemente você não lembrava exatamente do que acontecera. Mas eu te perdoei por ter me sentido a azeitona jogada em meio aos pratinhos e garfos de plásticos sujos de patê já azedo da festa anterior. E guardei cada beijo que eu quis dar enquanto estávamos sozinhos. Cada jogada na parede que eu quis te dar enquanto a música te fazia dançar daquele jeito que, talvez apenas ao meu ver, era tão sensual. Guardei todos os cafunés que quis fazer na sua cabeça enquanto assistíamos filme para curar ressaca nos dias seguintes àqueles quando tudo o que eu mais queria era que no fim da noite os príncipes se beijassem e fossem felizes para sempre.

Mas entre nós existe realmente um nó que eu não consigo desatar. Um nó chamado “e se...” que me amarra a você de um jeito tão forte que dói muito menos, mas todos os dias, e que poderia doer muito mais, mas de uma vez só. Foi sem querer, eu juro! Foi sem querer que eu te quis quando você ainda pertencia a outro alguém. Foi sem querer a intensidade daquele sentimento na primeira vez em que eu te tive em meus braços. Foi sem querer a ansiedade que me fez encher teu celular de ligações na segunda vez em que senti teus lábios. Foi sem querer que a lembrança da terceira e última vez em que eu te tive pra mim permaneceu tão nítida na minha memória mesmo eu estando completamente fora do meu estado normal. E foi sem querer que esse sentimento estranho invadiu meu corpo por inteiro e me faz sentir como que agarrado a algo esperando ser percebido, mas com medo de, ao sê-lo, ser enxotado como se um ácaro fosse naquela camisa velha e rasgada guardada no fundo do armário. E se...

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