segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Que venha a primavera


Um ano calado, de olhos abertos pra não te perder num piscar, e minha vista cansada ainda te reconhecia somente pela silhueta. Em meio a tantos outros do mundo, meu coração te escolhera de forma tão decidida que, além de te reconhecer numa sombra, eu não conseguira sequer me mover ao te ver virar as costas e começar a caminhar sozinho na direção que eu queria pra nós dois. Era reconfortante, eu assumo, ainda poder te enxergar quando nenhum outro sentido meu conseguia te alcançar.

Minha culpa acompanhou a inércia durante todo o tempo em que estive ali a te observar. E eu não conseguia entender o porquê de, se realmente havia me perdoado, você não me querer a seguir pela vida ao seu lado. Enquanto eu me questionava, minha vista cansava e ia ficando cada vez mais difícil minha consciência se sobrepor ao inconsciente. Até que, tal qual de tantas outras saudades suas, da silhueta ficou somente a lembrança. E deixar o passado pra trás não é uma de minhas características mais marcantes.

Eu não sei dizer por quanto tempo ainda me mantive forçando a vista tentando te encontrar, mas entre uma piscada involuntária e outra eu peguei no sono e você veio então me visitar nos sonhos. Tinha tanto tempo que eu não te via, mas os olhos fechados ainda mantinham a nitidez do teu rosto, do teu jeito, dos teus perfumes, do teu gosto e da tua voz. Foi assim que eu descobri o quanto sonhar pode ser perigoso às vezes: nos sonhos nunca há impossibilidade para o que queremos acordados. Se não tivermos cuidado acabamos nos perdendo por lá.

O fato é que eu te quis por muito tempo. Eu te quero há muito tempo, na verdade. Você foi um poder, que virou querer quando eu não podia mais. Então eu pude e eu quis, e quis mais e já não mais podia. Era sempre assim enquanto eu estava acordado, mas ao dormir você era todo meu. Eu te tinha comigo a dividir a cama, me salvando como herói, provocando meus instintos animais numa pista de dança, suprindo aquela vontade infinita de me amar como eu há tanto te amo. Não havia a impossibilidade do “nós” que a realidade me gritava.

É que não havia mesmo – realidade que ladra não morde, afinal. Não havia impossibilidade no "nós" e, enquanto eu te vi caminhando até perder de vista e antes de perder a vista, aquele tempo ia se fazendo perdido muito mais pra mim do que, momento ou outro, meu amor próprio quis que fosse pra você. O mundo é redondo, afinal. Não era pra longe que você seguia, mas na minha direção. De olhos fechados e perdido em sonhos e pensamentos eu não pude ver que ao meu encontro vinha a mesma silhueta que eu vira sumir.

Teu coração me escolhera de forma tão decidida que você tinha se disposto a dar aquela volta ao mundo sozinho, porque só assim eu descobriria que, pra caminharmos lado a lado, era preciso que caminhássemos sozinhos na direção do outro. E quando eu me calei, minha audição tanto se cansara da minha própria voz que o silêncio a existir entre eu e você se fez mais alto que a música deliciosamente desafinada que seus lábios cantavam e encantavam a distância que, ao contrário do silêncio, diminuía entre você e eu.

Eu estava dormindo, envolto na concretização inconsciente de tantos sonhos, desejos e vontades que por tantas vezes me dominaram o corpo, a mente, o coração. Eu estava finalmente dando vazão a todo o amor que tinha guardado no peito, transformando em sonho o que você nunca me dissera com todas as palavras ser a linha de chegada daquela solitária caminhada que, antes de pegar no sono, eu acreditei ter sido sua última partida. E, não fosse seu esforço e aquela melodia desafinada, esta realmente aconteceria e eu nem poderia me despedir.

Uma volta ao mundo implica em um mundaréu de obstáculos, desvios e alguns atalhos que despertam nossa curiosidade e vez ou outra podem nos fazer perder o foco, a lucidez, quiçá a vida. Você caminhou em linha reta, na esperança de que eu percebesse a tempo e fosse ainda mais rápido ao seu encontro, mas – sua tristeza, minha sorte – adormeci no mesmo lugar de onde você se despedira na última vez. Uma volta inteira no mundo e eu ainda não tinha percebido que bastava andar só um pouquinho pra trás que seguiríamos juntos pra frente?

Foi ainda em sonho que comecei a te ouvir cantando: quinta-feira, dia do nosso aniversário de namoro, você achou que eu iria gostar da ideia e me convidou pra comemorarmos no karaokê. Fiquei surpreso com o convite, mas aceitei de bom grado e eu nunca vou esquecer daquela noite, porque foi como se um sonho se transformasse num pesadelo pra se fazer realidade e eu perceber que não, o que a realidade me ladrava não era a impossibilidade, mas que só acordado eu teria a oportunidade de ser feliz.

Não bastasse a surpresa do convite, você me surpreendeu com alguns convidados criteriosamente escolhidos e aquele pedido de licença no microfone: disse que me amava e sabia o quanto alguns momentos tinham significados diferentes pra nós, mas que o mais importante era o significado que eu tinha pra você e todas aquelas pessoas que ali estavam. E eu tinha certeza que a seguir viria um pedido de casamento, não era possível que sua timidez se permitisse vencer por outro motivo.

Pelas portas entraram violinos ambulantes, numa melodia triste que eu acreditava ser mais por você conhecer meus gostos musicais e menos pela tristeza que se apossou de mim quando você cantou os primeiros versos e só conseguia te ouvir dizendo que estava desistindo de mim. E eu lembrei da despedida: um último abraço, minhas desculpas, seu perdão, você virando as costas, nossas mãos sem soltando no distanciar dos dedos e a distância se fazendo silêncio nos meus apelos pela tua volta sem qualquer reação.

Agora era eu quem não reagia, exceto pelas lágrimas que não consegui conter. E tua voz agora cortava o silêncio que eu não sabia nunca ter existido desde que me calara. Sua tristeza me ver adormecido, minha sorte essa tristeza ter atrasado um pouco a velocidade dos teus passos, mas momento algum obstruído a intensidade dos teus apelos para que eu acordasse a tempo de dizer qualquer coisa que te impedisse de desistir de mim. E eu acordei um verso antes de você cantar que estava me dizendo adeus, tão logo ouvi teu amor me chamando.

And I will swallow my pride, e de repente todo meu sonho se desfez. Um vazio onde antes mesas e cadeiras reuniam tantos outros que se importavam. Um vazio onde antes um palco e um pedestal te tinham tão próximos como tanto tempo eu já não tinha. You’re the one that I love, como eco eu ouvia se repetir enquanto atravessava pelas águas ferozes que se encontram entre consciente e inconsciente. E quando eu abri os olhos, nada. Tal qual antes de adormecer, você não estava ali nem como silhueta.

You’re the one that I love¸ eu ouvi e talvez fossem ainda os ecos do meu inconsciente tentando acreditar que aquele meu querer tinha razão de ser, porque já era um querer tão seu quanto meu. E a nitidez da sua voz estava mais para as cordas vocais que para as minhas lembranças. And I’m saying goodbye, resolvi seguir minha intuição auditiva e, vista ainda cansada, esfreguei os olhos consciente de que o mais provável era nunca mais conseguir tê-los em você. Às minhas costas tantos outros do mundo caminhavam nas mais diferentes direções.

Say something, I’m giving up on you, e ainda que o silêncio se sobrepusesse à cantoria, seria impossível não te reconhecer – agora a passos lentos – seguindo na minha direção. Eu estava sonhando? Você estava voltando? Por que eu me sentia como seu futuro estando num presente do qual você escolhera não fazer parte no passado? Em meio a tantas perguntas, percebi que na sua voz estava a resposta que eu procurava: conforme se elevava sua altitude, diminuía entre nós a distância. “Não desiste de mim”, eu disse baixinho e comecei a andar.

Se me deixasse perder novamente entre dúvidas e questionamentos, talvez fosse mesmo meu destino aquele que eu não queria, mas já esperava. Ficar parado ao te ver seguindo na minha direção era menos cuidar do jardim pra te ver chegar borboleta e mais me fazer camarão sonolento a perder-se depois de levado pela onda. “Não desiste de mim”, fiz dessas palavras meu apelo enquanto seguia na sua direção e já não era só a silhueta ou a voz se aproximando. Junto a você o perfume das flores, na mão uma rosa calejada pelas dores do tempo.

And I’m sorry that i couldn’t get to you, eu ouvi antes de acelerar mais o passo. Eu que lhe devia desculpas por não ter percebido antes. Eu que lhe devia desculpas pelo tempo que a culpa tinha me mantido inerte e não ter te alcançado antes. And anywhere, I would’ve followed you, e eu comecei a correr porque nem o cansaço dos meus sentidos me faria desistir daquele presente ou permanecer parado me lamentando por ser seu passado. Say something, I’m giving up on you, eu te ouvi cantar pouco antes de você perceber que eu tinha acordado.

“Não desiste de mim”, eu consegui gritar pela primeira vez e foi também a primeira vez que você me ouviu desde que escolhera aquela rosa pra te acompanhar no meu silêncio. Ela era como eu, afinal: desprovida de qualquer regra no manuseio, salvo cuidado e atenção, refém da passagem do tempo que transforma histórias em rugas e faz da morte nossa única eternidade. Meu grito se fez sorriso, e era o teu sorriso de felicidade, de esperança – de uma chance que, sendo primeira no amor e talvez última pra vida, eu faria de tudo pra ser a exceção na sua regra de arrependimentos.

Say something, I’m giving up on you. “Não desiste de mim”, você ouviu e abaixou a cabeça tão logo o sorriso escapou pelos lábios. Olhou para as pétalas que ainda se mantinham agarradas ao botão, desgastadas pelo tempo e de firmeza aparentemente fragilizada, e acreditou num encontro onde ainda nos fosse possível aguá-la e suprir-lhe com os nutrientes necessários para sua sobrevivência. Eram poucas pétalas, você sabia, mas a sobrevivência da rosa dependia menos de sua beleza no presente e mais do quanto ela ainda podia ser bela no futuro.

Eu nunca fui muito bom em adivinhar pensamentos e, se tratando de você principalmente, não fosse aquele sorriso entre me ouvir e olhar a rosa, eu talvez pensasse que a cabeça abaixada era decepção. Mas eu conhecia aquele gesto, de certo que como ninguém. Era teu sorriso mais sincero, teu jeito acanhado de exteriorizar o que três palavras jamais conseguiriam expressar de forma mais intensa: eu te amo. Então eu não sabia exatamente o que você pensava naquele momento, mas me era suficiente no teu gesto saber reconhecer o teu sentimento.

Say something¸ findava a canção quando nossos dedos se tocaram então pela primeira vez desde quando você partira naquela caminhada solitária. “Não desiste de mim”, eu disse baixinho em seu ouvido tão logo nossos corpos se uniram num abraço. “Eu não vou desistir de você”, eu te ouvi dizer e era tão real quanto o que meus olhos viam; tão real quanto teu cheiro misturado ao perfume do meu desodorante preferido; quanto o toque dos teus dedos, o abraço apertado e teu peito colado no meu; quanto o sabor do beijo que nunca se perdeu.

Restava na rosa uma única pétala, que eu mesmo fiz questão de arrancar. Se era a rosa como eu, precisávamos ambos nos livrar de tudo o que nos impedia florescer mais belos e fortes. Como aquela pétala haviam ainda muitas coisas presas a mim que inevitavelmente iriam perecer com o tempo. Dentre elas nenhuma impossibilidade carecida de sonho para tornar-se real, nenhuma possibilidade eivada apenas da voluntariedade do tempo, fazendo da minha vontade o único obstáculo entre aquilo que é impossível e como fazê-lo deixar de ser.

Enquanto construía minha crença na sua partida ia perdendo dos sentidos a sensibilidade e, pouco a pouco, acabei entregando à minha inconsciência tudo aquilo que, consciente, eu almejava pra mim. Fiz dos sonhos realidade e, confesso, tanto tempo navegando nas águas turvas do meu inconsciente tornou-me mais covarde e menos determinado. Tantos sonhos salvos das minhas incertezas permanentes e agora via tua impermanência sentimental viciada pelo amor que – não adianta negar aquele sorriso – você sente por mim.

Foi assim que eu descobri o porquê de me sentir como seu futuro e o quanto isso nada tinha a ver com não estar no meu presente pelo que já tinha ficado no passado. A mania de passado era minha e tua lembrança fez da memória o lugar onde você nunca deixou de existir no meu presente. Inerte, distante, calado ou inconsciente eu nunca desisti de você, das histórias que vivemos e daquelas que ainda quero viver. E não importa o quão covarde eu tenha sido ou quão determinado tenha deixado de ser, não perdi o que você me ensinou a ter: paciência.

“Não desiste de mim”, eu disse antes de te dar um último beijo, um último abraço e partir. Meu querer vai além do teu beijo saboroso, do conforto do teu abraço, do teu corpo que eu desejo e da felicidade que me causa ter o teu amor. Meu querer limita-se ainda distante de tudo o que teu caminhar ao meu encontro representa, porque o que eu quero é tão pouco ante o que eu posso que é como te ter a dividir a cama comigo sem roupas e me ser suficiente te fazer um carinho como aquele cafuné que eu sei o quanto você gosta.

“Eu não vou desistir de você”, já estava uns metros distante quando, depois de olhar na sua direção, gritei aquelas palavras e fui o mais firme que pude ao dizê-las. Vi no teu olhar a luta contra o cansaço da espera e uns passos à frente, depois de acometido da esperança de algumas preces, prometi a mim mesmo que aquela seria a última vez que eu tinha olhado pra trás, porque eu só alcançaria você se nunca mais deixasse de olhar pra frente, mas, mais que isso, porque era reconfortante sentir-me novamente como depois de te encontrar: vivo.

Não olhar pra trás era como a última pétala da rosa. Uma dor necessária pra se fazer novamente florescer na primavera. E assim eu nunca soube se você foi vencido pelo cansaço ou caminha mais uma vez na minha direção porque lutou contra ele e venceu. Eu não sei se o amor que viciou tua impermanência sentimental conseguiu te fazer permanecer no mesmo caminho pra que na próxima primavera eu possa te encontrar – porque, até lá, tem esse mormaço do verão, a triste melancolia do outono e aquela solidão do inverno a enfrentar.

Por mais que eu deseje intensamente ter tua companhia em qualquer caminhar, dessa vez eu não posso porque, além do nosso encontro ser pra mim a linha de chegada, eu preciso atravessar todas as estações sozinho. Mas, enquanto eu precisei escolher entre me acovardar e perder ou arriscar e ganhar, você teve uma terceira opção que, sabendo agora da existência dela, me fez apressar o passo ao mesmo tempo que minha voz tenta se fazer canto – na tentativa de te alcançar antes que, ainda que não desista de mim, você desista de me esperar.

My heart would break without you, esbravejo antes de baixar o tom de voz como se acometido da vergonha de dizer em seguida que meu coração poderia não acordar mais sem você. Não há como escapar da vergonha quando se teme ser abandonado por quem abandonamos, afinal por que temor se havia consciência de todas as renúncias envolvidas nas escolhas? Você sabe o quanto de mim se perdeu nesses tempos, então há de entender meus motivos. I’m sorry, and I love you, eu levanto a voz novamente porque eu quero que o mundo saiba do meu amor.

Sem olhar pra trás, não sei do que preveni meu coração de sentir. Tenho sede e o calor que o verão trouxe nada se assemelha àquele provocado pela tua presença. A melancolia que virá no outono terá em meu mundo de dentro sua origem e, durante a solidão do inverno, será meu cobertor junto a momentos de satisfação, erros, acertos, qualidades, defeitos e outros opostos que coexistem e me dão equilíbrio. Se olhando pra frente o caminho já me soa dolorido, talvez seja mesmo aconselhável prevenir meu coração de sentir o que os olhos não puderam ver.

I’ll keep on searching for a answer, meu tom de voz alteou novamente depois que sinos e blues misturaram-se à minha canção. Eu continuo procurando respostas para uma infinidade de perguntas, algumas sobre mim, muitas sobre você, algumas muitas sobre nós. Mas, enquanto sigo caminhando na sua direção – ansioso para, se não te perceber seguido na minha também, o cansaço ter vencido apenas pela inércia dos teus passos e não por te fazer desistir de ser minha linha de chegada e me esperar – uma única resposta me é suficiente.

Uma única resposta é o que faz dos meus sonhos passíveis de tornarem-se reais; um único porquê se sobressai a outros inúmeros porquês e, desde o momento em que me vi amando você, entendi que foi esse amor o motivo que meu coração encontrou pra não parar de bater. Cause I need you more than dope, I need you more than dope, e repito quantas outras vezes forem necessárias para que você me escute. “Não desiste de mim, I need you more than dope”, eu talvez não acordasse se tivesse dito essas palavras ainda em sonho. Mas acordei.

E eu te digo agora, acordado: só consegui me enxergar como futuro quando você assim me enxergou; pelo silêncio de outrora aprendi que valor dar às tuas palavras e, principalmente, o quanto você conversava muito mais com meus olhos que suprindo minha carência auditiva. Eu te amo, nunca me canso em dizer e, mais ainda agora, deixei no caminho a música e fiz dessa declaração o mantra que quero fazer escutar tão logo seja possível te alcançar os ouvidos. Eu te amo e muito me conforta que teu coração tenha também escolhido me amar.

Daqui um tempo é outono. Breve virá também o inverno. E quando chegar finalmente a primavera, sementes germinadas florescendo em florestas, quintais e outros jardins, espero que teu querer seja ainda como quando você partiu, que teu amor tenha permanecido como quando eu me calei e àquela rosa você se agarrou pra vencer todos os obstáculos e todas as dificuldades que as estações do ano te fizeram passar na estrada reta que tinha a mim como destino, mesmo quando eu mesmo não tinha destino algum.

Quando vier a primavera, eu espero, minhas mãos vão encontrar novamente as suas, dessa vez sem despedidas para seguirmos por caminhos opostos. Na próxima primavera, se você não desistir do nosso encontro, seguiremos juntos de forma a fazermos do outro o futuro mais lindo que sequer imaginávamos ter – eu já me conformara com o fato de morrer sozinho e era sozinho que você acreditava ser melhor viver. Você se surpreendeu quando deu conta de que estava a me amar. E eu me surpreendi com seu amor.

“Eu te amo”, sigo repetindo enquanto caminho na sua direção. Por enquanto eu realmente só posso dizer alguma coisa, ainda que você não me escute. Mas, assim que a primavera se fizer pela primeira vez uma estação nossa, sem ser de um ou d'outro, mas de nós dois, será também momento de deixarmos as palavras de lado e fazer dos corpos nosso meio de comunicação. Se realmente nos encontramos ao findar o inverno, ainda que tanto tenha me pedido pra dizer algo, não é pela voz que esse algo será dito de forma que convença sua permanência.

Ainda tenho tempo, não se preocupe. Confie nas minhas palavras e não desista de mim. Quando vier a primavera, mais do que precisar - mais que necessidade, mais que qualquer coisa - é o quanto quero - e vou - te dizer do meu amor de um jeito que só teus olhos possam escutar. Você me faz sentir vivo. E o que me move na sua direção é saber que, sim, nós podemos juntos viver.

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